Detento mata policial penal em hospital de BH e tenta fugir disfarçado

O policial penal Euler Oliveira Pereira Rocha, de 42 anos, foi morto a tiros na madrugada do último domingo (3), dentro do Hospital Luxemburgo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O autor do crime é o detento Shaylon Cristian Ferreira Moreira, de 24 anos, que estava sob escolta na unidade hospitalar.
Dinâmica do crime
Segundo informações apuradas, Shaylon estava internado desde o dia 27 de julho para tratamento médico, após ser transferido para a Penitenciária José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves. Durante a madrugada, ele solicitou para ir ao banheiro. Nesse momento, iniciou uma luta corporal com o policial penal, conseguiu desarmá-lo e efetuou dois disparos – um na nuca e outro no tórax da vítima.
Relatos de funcionários do hospital indicam que houve gritaria e sons de disparo. Uma enfermeira chegou a ouvir o detento dizer "perdeu, perdeu" antes de atirar. Euler morreu no local.
Fuga e captura
Após o assassinato, Shaylon vestiu o uniforme do agente e fugiu carregando uma mochila pertencente a ele. Do lado de fora do hospital, abordou uma moradora da região, alegando que precisava de ajuda pois sua mãe estava passando mal e ele estava sem celular. A mulher, acreditando que se tratava de um policial, chamou um carro de aplicativo para ajudá-lo a sair do local.
A Polícia Militar foi acionada e iniciou uma operação de busca, com apoio do helicóptero Pegasus. O suspeito foi localizado dentro do carro de aplicativo, nas proximidades do hospital. O motorista relatou não conhecer o passageiro e afirmou ter obedecido à ordem de parada da polícia, mesmo após o suspeito insistir para que não parasse.
Com o detento, os policiais encontraram a arma utilizada no crime, outras duas armas que estavam na mochila de Rocha, além de 65 munições e 41 carregadores. Ele apresentava um corte na testa, possivelmente sofrido durante a briga com o agente, e foi encaminhado ao Hospital João XXIII antes de ser levado para a delegacia.
Reações e investigações
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) lamentou a morte do servidor e manifestou solidariedade aos familiares e colegas de trabalho. Um procedimento interno foi aberto para apuração administrativa do caso.
A Polícia Civil ratificou a prisão em flagrante do detento por homicídio qualificado. As investigações continuam para esclarecer todos os detalhes da ocorrência.
O Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindppen-MG) também se pronunciou, expressando pesar e acompanhando os desdobramentos da investigação.
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